As mãos que hoje me tocam 
Não são aquelas de outrora. 
Não são feitas de amor, 
Ardem como fogo alto
E deslizam macias sobre a pele eriçada.
As mãos de hoje não têm a inocência daquelas 
Mas são sinceras, faceiras, e um tanto sutis. 
Digo que são sinceras, 
Pois não negam o desejo que trazem.
As mãos que hoje me tocam 
Têm a experiência de quem muito já sofreu
E a nada se comparam com a ingenuidade daquelas 
Que pouco conhecem do amor. 
As mãos de hoje são firmes, seguras, 
E sabem exatamente o que querem. 
Elas são independentes, não pedem, fazem.
Mas há mistério e sedução, algo de proibido,
Não permitido aos demais.
Carregam consigo a cumplicidade não revelada, 
O pecado e o desejo que em segredo são ferozmente saciados. 
Rayane Medeiros
 

 




