terça-feira, 29 de abril de 2014

O MAIOR DE TODOS OS DEMÔNIOS


As pessoas sempre falam de forma tão bonita sobre o amor... acho que nunca o encontrei de verdade. Ele sempre me veio em forma de angústia, carência, luxúria, egoísmo, solidão exacerbada e, sobretudo, sofrimento. 
Eu sempre tenho duas fases em minha vida: ou estou buscando o amor desenfreadamente, ou estou fugindo dele como o diabo foge da cruz. 
Meu pai sempre me dizia que eu era uma “manteiga derretida”. Choro demais, faço drama, me apego a coisas e pessoas de forma absurda. Sempre culpava a mim mesma pelas relações fracassadas. Me culpava por não estar nos padrões; por minha euforia; minha carência sentimental nunca preenchida. 

A verdade, é que o vazio que tenho no peito, nunca será preenchido, nunca. Ele faz parte de mim, está enraizado... Vai ver que é mal de poeta, que precisa da tristeza e das crises existenciais para dar sentido a sua escrita. Sem questionamentos, não há poesia. É nisso que tenho me sustentado; apoiado meus cacos, ilusões, frustrações. 
As dores quando escritas, até que ficam bonitas.

Poema da Separação

Imagem do clipe A Thing About You, Roxette.

Veja bem, meu bem,
Que tanto amor em meu peito pode sufocar...

Eu que volta e meia fico só,
Quero alguém pra me acalentar;
Um colo onde eu possa deitar minha euforia,
Sossegar minha insegurança
E em teu corpo saciar meu fogo.

Veja bem, meu bem,
Que meu peito tem urgência,
Pressa de viver um amor sem amarras;
Sem freios.
Meu amor não quer paciência,
Quer reciprocidade.

Veja bem, meu bem,
Eu quero um amor pra chamar de meu,
Mas esse alguém não é você.

Desaguar


Meu peito, 
Que de muito amar
Cansou,
Não quer saber de outra coisa 
Senão,
Desaguar no mar.



Desarmada



Desarmei a alma,
Tirei do peito os excessos que me pesavam. 
Preparei a trouxa,
Pendurei no ombro pra partir sem destino.
Mas algo sempre me prendia ali,
No chão de um amor que nunca seria meu.