"Cansado
E, sobretuto,
Da não presença tua,
É-me permitido lembrar,
Embrenhar-me nas fendas
Dos dias claros..."
(Elegia II, Mário Gerson)
A tua lembrança é a substituta
Para as migalhas tuas –
Para as migalhas tuas –
Que nada me preenchem,
Sequer aquecem a alma.
Substituta para a ausência tua,
Que surpreende quando teu gosto já me é um desgosto,
E me devora o recuo dos dias primeiros.
A tua lembrança é a substituta
Para teu amor pagão
Que se perde em meu precipício
E se desfaz sem compaixão...
Substituta para teu corpo abrigo,
Teu sussurro ao pé do ouvido,
A tua presença sempre infiel comigo;
Substituta para a noite e o vinho –
Para teu frenesi que me aguarda
E em meus segredos deságua.
Como poderia definir este belo poema? Ah, obrigado pela imerecida epígrafe inicial. A poetisa está descobrindo sua voz interior!
ResponderExcluirVocê merece muito mais, obrigada pela ajuda poeta!
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