sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Insônia

"Morfeu deitou, adormeceu e esqueceu de mim." (Insônia, Capital Inicial)





A insônia é minha companheira de agora.
Fiel, vaga comigo pela casa
Contemplando, solícita,
O silêncio reprimido que chora.

Veio-me amarga,
Aquecendo-me, gole abaixo, o corpo despido...
Dilacerando lembranças frias,
A instabilidade infame que já não me larga.

Fez-me atento, quando a noite me sorria,
Roubou-me o acalanto –
O roçar convidativo de outros pés.
Fez-me senhor, quando vassalo era o que queria.

A insônia me fez ausente,
Fugitivo dos braços de Morfeu.
Deixou-me entregue à sorte –
À noite fria que, logo finda,
Adormeceu...




Rayane Medeiros

2 comentários:

  1. Bom dia, Rayane. Amanheci lendo este grande poema teu. Acho que este é um dos melhores já postados. Muito belo, tocante, profundo. Principalmente quando mostra a dualidade dos desejos, trabalhando com um tema clássico. Perfeita a construção: "Me fez senhor – Quando vassalo era o que queria." E "A instabilidade infame que já não me larga". Lindo mesmo. Vá em frente!

    ResponderExcluir
  2. E o Poeta sempre muito gentil! o verso "Me fez senhor – Quando vassalo era o que queria." foi inspirado em um de seus grandes poemas, "Poema à Madame K." que é lindo e um de seus melhores, na minha humilde opinião.

    ResponderExcluir