sábado, 23 de julho de 2011

Acaso

"O acaso vai me proteger enquanto eu andar distraído" (Epitáfio, Titãs)

 

A liberdade o roubou de mim,
Me deixando entregue à sorte,
Aos dias infindáveis de inverno.
Levou-me os sonhos,
Os discos,
As flores colhidas no jardim.

A liberdade deixou-me a conversa inacabada;
O riso silenciado,
O beijo não saciado.
Levou-me não somente planos,
Mas parte do que jamais serei;
O  equilíbrio cobiçado pelos insanos.

A liberdade o cortejou
Para lançar-lhe ao pecado dos insaciáveis,
Deixando-me às diretrizes do acaso.
Levou-me o olhar ingênuo,
Restando somente o indiscreto e preciso;
O aventurar-se comum dos insensatos.

A liberdade o roubou de mim,
Deixando-me o vazio,
O vento frio no cabelo arredio.
Levou-me
e fez do permissível,
 minha prisão sem amarras.
Levou-me a vida,
levou-me de mim.


Rayane Medeiros

3 comentários:

  1. olha ae!! que coisa mais linda! sempre se superando! amei amor!

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  2. Belo poema. Bom mesmo! Voltarei mais vezes por aqui!
    Abç

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  3. Owww gente muito obrigada! Claudio,você que é um amor!!! =**

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