sexta-feira, 8 de julho de 2011

Àquele Moço

"Mas quando eu estiver morto
Suplico que não me mate, não
Dentro de ti, dentro de ti"
(Sutilmente, Skank)

Nem imagina Moço,
Mas penso em você, às vezes
Em dias frios, sobretudo
Quando meus pés já não alcançam os seus
Quando nossas conversas ecoam em noites silenciosas
E meus labirintos lamentam famintos tua ausência.

Você me faz falta Moço,
Não o quanto gostarias
Mas fazes
E invade meus espaços inadvertidamente
Como um gatuno que ao cair da noite fica à espreita
Para em casas alheias tornar-se Senhor do Mundo.

Sabe Moço,
Hoje vejo que não foi a escassez de amor que nos distanciou
Mas sim o excesso
Que nos consumiu
Nos sufocou
E por fim nos desfez.

Me pego a interrogar-me Moço,
Como seria tê-lo novamente em meus braços
Saborear as alegrias perdidas
As juras de amor nunca pronunciadas
entre lençóis, aos sussurros
Num findar-se prolongado.

Não sei não Moço,
Mas quem ama sabe aquilo que sente
E a dúvida me persegue questionavelmente
O amor me é uma incógnita
Não o afirmo que o sinto
Assim como não o nego.

Estou à deriva Moço,
À deriva!
Tornastes-me a referência entre meu antes e depois
Não sei se sigo adiante
Ou se para ti eu retomo
Não fujo, simplesmente permaneço estática.

Mas Moço,
Não minto
Finjo ou lamento
É em ti que penso! 


Rayane Medeiros


Um comentário:

  1. Muita boa essa poesia!!
    E o pior é saber que ela traduz tudo aquilo que eu penso e sinto mas não costumo expressar por falta de coragem, talvez, ou simplesmente por julgar ser melhor!

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