quarta-feira, 21 de março de 2012

Sopro




Não quero falar de amor;
Quero as tardes que abraçam as noites,
A chuva que vez e outra cai
  Molhando o chão esbaforido.

Não quero discos que nada dizem;
Quero a canção do mar,
Os pássaros beijando as ondas,
O sussurro do vento levando consigo
  A valsa de areia aquecida.

Quero verso e reverso,
Risos esganiçados,
Entrelaços num asfalto adormecido...

Não quero falar de amor;
Quero sopro libertino no cabelo emaranhado;
O despudor a cravar-me tuas mãos no coração estabanado...

Não quero falar de amor;
Não com este meu apurado dissabor! 


Rayane Medeiros

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